Economia de dinheiro e melhor assertividade do público são os principais destaques
Se você foi eleitor nos anos 90 e 2000 certamente sabe o quanto os meios de informação sobre política estão mudando rapidamente. Antigamente para conhecermos um candidato tínhamos que ir à comícios, ver o horário eleitoral na TV e buscar algum tipo de material impresso que contasse um pouco da história daquele político. Com tantas barreiras nesse processo, acabava que não conhecíamos muito bem as propostas envolvidas, o que fazia com que muita gente votasse por indicação e não por convicção. Com a chegada da internet esse processo mudou, e vem se tornando ainda mais democrático e acessível com as redes sociais. Agora é possível analisar centenas de candidatos com apenas um clique, além de conseguirmos fazer uma varredura para conhecer seu passado e seus ideais.
Se há dez anos falássemos que políticos seriam escolhidos por Facebook, Instagram, WhatsApp, Youtube e até Tik Tok, pouca gente acreditaria. As redes sociais surgiram como ferramentas de relacionamento pessoal, mas logo se tornaram fortes meios de comunicação política. Os candidatos com maior afinidade digital souberam aproveitar o “boom” da comunicação instantânea e conquistaram resultados avassaladores. Vamos ver alguns exemplos:
O presidente Jair Bolsonaro investiu em estratégia de redes sociais e, mesmo com o menor tempo de TV e sem grandes coligações, foi eleito em 2018.
O deputado estadual por São Paulo, Arthur Do Val (Mamãe Falei), teve como base eleitoral seus seguidores do canal de mesmo nome no Youtube. Em 2018 ele foi eleito com 478.280 votos.
Sâmia Bomfim passou de vereadora em São Paulo com 12 mil votos em 2016 para deputada federal eleita em 2018 com quase 250 mil votos. A estratégia de internet usada levou seu nome para além da bolha de São Paulo.
O vereador Leonel Radde, eleito em 2020 no Rio Grande do Sul, também foi eleito com base em vídeos divulgados na internet, mais precisamente no Tik Tok.
As pessoas passam cada vez mais tempo no computador. Em média, os brasileiros passam 10 horas e 8 minutos por dia conectados, seja para trabalho ou lazer. Além disso, a comunicação eleitoral pelas redes sociais dá uma sensação de proximidade, onde o seguidor pode acompanhar o dia a dia do candidato, analisar seus projetos, sua dedicação, seu trabalho, sua relação com a sociedade e com a família. Ele pode expressar sua opinião diretamente ao político, sem o filtro de assessores e gabinete.
Para o político as vantagens são muitas. Trata-se de uma comunicação muito mais segmentada, onde ele pode filtrar seu público por interesses, sexo, região, religião, afinidades e muito mais. É possível também patrocinar postagens direcionadas para cada um dos públicos de interesse, potencializando ainda mais o alcance. Por meio de vídeos e lives ele pode apresentar projetos e debater ideias com convidados importantes, tudo sem custos adicionais para ser transmitido. O feedback do público também é muito mais rápido e claro, é possível analisar através de curtidas, comentários e outras métricas se determinado projeto teve boa aceitação ou não. Além de tudo isso, o investimento feito em estratégia digital pode chegar a ser 60% menor do que os valores gastos em campanhas presenciais, das quais não é possível ampliar o público-alvo com a mesma eficácia que o digital e nem promover tantas ações diferenciadas.
Mas vale um alerta: comunicação nas redes sociais não é brincadeira. Se um político não souber se portar na internet pode acabar caindo em armadilhas e terminar cancelado pelo público, perdendo tempo, dinheiro e eleitores. É importante que esse trabalho seja desenvolvido de forma profissional e com o máximo de antecedência possível, para assegurar mais resultados e melhor engajamento com o público.
Se bem feito, o trabalho de redes sociais pode render ao candidato novos eleitores, mais economia de recursos e melhor otimização do tempo e da equipe, que pode ficar disponível para acompanhar agendas e promover reuniões que realmente interessem à campanha.